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O Jogo Sujo das Apostas Online: Como a Sonegação Bilionária Está Arrastando o Brasil para um Caso de Justiça no STF
Aposta ou Fraude? ABRASF Denuncia Falhas na Lei das Bets e Exige Justiça ao STF
Em uma jogada ousada que promete sacudir os bastidores do judiciário brasileiro, a Associação Brasileira das Secretarias de Finanças (ABRASF) entrou com um pedido contundente no Supremo Tribunal Federal (STF). O alvo? A polêmica Lei 14.790/23, conhecida como a “Lei das Apostas Esportivas”. Mas por que essa lei, supostamente criada para regulamentar um setor bilionário, está sendo acusada de abrir as portas para uma sonegação fiscal estratosférica?
Por Que a ABRASF Decidiu Agir?
A resposta é simples: dinheiro. Ou melhor, a falta dele. Segundo a ABRASF, empresas de apostas esportivas que já operam no país desde 2018 estão deixando de pagar tributos essenciais, como o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). A entidade aponta que, em 2023, apenas o ISSQN não recolhido chegou à cifra assombrosa de R$ 2,7 bilhões.
Mas o problema vai além dos números. A ABRASF denuncia que a legislação aprovada pelo Congresso Nacional apresenta lacunas graves, omitindo exigências básicas, como a comprovação da origem lícita dos recursos usados nas operações. Isso levanta uma pergunta incômoda: quem está realmente lucrando com esse jogo?
A Origem do Problema: Uma Lei Cheia de Buracos
Uma Regulamentação Incompleta
A Lei 14.790/23 foi aprovada em dezembro de 2023 com o objetivo de organizar o mercado de apostas esportivas no Brasil. No entanto, segundo especialistas, ela falha em garantir mecanismos eficazes para evitar fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. Para muitos, trata-se de uma porta aberta para empresas internacionais explorarem o mercado brasileiro sem qualquer compromisso com a legalidade.
Lacunas na Tributação
Um dos pontos mais criticados é a ausência de cláusulas que obriguem as empresas a pagarem impostos retroativos. Desde 2018, inúmeras plataformas de apostas já atuavam no país, muitas delas sediadas no exterior. Sem regulamentação clara, essas empresas simplesmente ignoraram suas obrigações fiscais, enquanto o governo assistia impotente à evasão de bilhões.
Os Números Não Mentem: Quanto o Brasil Está Perdendo?
Imposto Zero: O Prejuízo do ISSQN
Segundo dados fornecidos pela ABRASF, a arrecadação perdida com o ISSQN é alarmante:
– Em 2022: R$ 310 milhões não recolhidos.
– Em 2023: R$ 2,7 bilhões evaporados.
– Projeção para 2024: aproximadamente R$ 10 bilhões.
Esses valores poderiam ser destinados a áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura. Ao invés disso, eles estão financiando lucros obscuros em paraísos fiscais.
Evasão Fiscal Global
O caso brasileiro não é único. Países como Reino Unido, Espanha e Portugal também enfrentam desafios similares, mas com uma diferença crucial: essas nações implementaram sistemas rígidos de monitoramento e cobrança. Aqui, a falta de fiscalização transformou o setor em uma zona cinzenta.
O Pedido da ABRASF: Justiça no STF
Amicus Curiae: O Papel da Entidade no Processo
No dia 15 de setembro de 2025, a ABRASF protocolou sua petição reiterando o pedido para ingressar como *amicus curiae* na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7721. Movida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a ADI questiona a constitucionalidade da Lei das Apostas sob diversos aspectos.
Além de solicitar seu ingresso formal no processo, a ABRASF pede medidas urgentes:
1. Comprovação da origem lícita dos recursos usados para pagamento da outorga.
2. Recolhimento retroativo de tributos devidos desde 2018.
3. Fiscalização rigorosa das operações realizadas por empresas estrangeiras.
Por Que Isso Importa?
Ao entrar como *amicus curiae*, a ABRASF busca influenciar o julgamento com argumentos técnicos e dados concretos. Sua participação pode ser decisiva para garantir que a decisão final feche as brechas legais exploradas pelas empresas.
As Apostas Online São um Jogo Justo?
O Impacto na Economia Brasileira
Enquanto o setor de apostas online cresce exponencialmente, sua contribuição para a economia nacional é praticamente nula. Em vez de gerar empregos e renda, ele se tornou um exemplo claro de como a falta de regulamentação pode prejudicar o desenvolvimento sustentável.
Riscos Sociais e Éticos
Além do impacto econômico, há preocupações relacionadas ao vício em apostas e à exploração de vulnerabilidades sociais. Plataformas ilegais ou mal regulamentadas frequentemente utilizam estratégias predatórias para atrair usuários despreparados, especialmente jovens.
Quem São os Grandes Jogadores Nesse Tabuleiro?
Empresas Internacionais vs. Governo Brasileiro
Muitas das maiores operadoras de apostas online são sediadas em países como Malta, Curaçao e Ilhas Virgens Britânicas — locais conhecidos por regimes tributários favoráveis. Essas empresas aproveitam a ausência de regras claras no Brasil para operar livremente, transferindo seus lucros para contas offshore.
O Papel do STF na Solução do Caso
O Supremo Tribunal Federal tem agora a oportunidade de corrigir um erro histórico. Ao analisar a ADI 7721, os ministros podem estabelecer precedentes importantes para o combate à sonegação fiscal e à regulamentação do setor.
O Futuro das Apostas Online no Brasil
Regulação x Repressão
Existem duas possíveis saídas para este cenário caótico: uma regulamentação robusta, que garanta transparência e responsabilidade, ou uma repressão total ao setor, impedindo completamente a operação de empresas até que todas as pendências fiscais sejam resolvidas.
Tecnologia como Aliada
Plataformas digitais modernas podem ajudar a resolver parte do problema. Ferramentas de blockchain, por exemplo, permitem rastrear transações financeiras de forma transparente, dificultando práticas fraudulentas.
Conclusão: O Brasil Precisa Jogar suas Cartas Certas
O caso da Lei das Apostas Esportivas expõe uma realidade preocupante: a fragilidade institucional diante de interesses econômicos globais. Se nada for feito, o Brasil continuará perdendo bilhões em receitas públicas, enquanto empresas sem escrúpulos enriquecem às custas da nossa sociedade. A decisão do STF será crucial para determinar se o país está pronto para enfrentar esse desafio de frente.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. O que é a Lei 14.790/23?
A Lei 14.790/23, conhecida como “Lei das Apostas Esportivas”, foi aprovada em dezembro de 2023 com o objetivo de regulamentar o mercado de apostas no Brasil. No entanto, ela tem sido criticada por suas lacunas legais e tributárias.
2. Por que a ABRASF entrou com um pedido no STF?
A ABRASF solicitou sua participação como *amicus curiae* na ADI 7721 para denunciar falhas na legislação e exigir medidas contra a sonegação fiscal no setor de apostas online.
3. Qual é o prejuízo estimado com a sonegação fiscal?
Até 2024, a sonegação de ISSQN no setor de apostas ultrapassou R$ 10 bilhões, segundo dados apresentados pela ABRASF.
4. As empresas estrangeiras são obrigadas a pagar impostos no Brasil?
Sim, atividades voltadas ao mercado brasileiro, mesmo quando realizadas por empresas sediadas no exterior, configuram fatos geradores tributários. No entanto, a fiscalização ainda é insuficiente.
5. Como a tecnologia pode ajudar a resolver o problema?
Soluções baseadas em blockchain e inteligência artificial podem facilitar o monitoramento de transações financeiras, garantindo maior transparência e reduzindo fraudes fiscais.
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