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“Fizeram Festa para as Apostas, Mas Esqueceram os Professores”: O Dia em que o Brasil Virou as Costas para o Futuro

Na quinta-feira, 9 de outubro de 2025, o plenário da Câmara dos Deputados explodiu em aplausos, vaias e até abraços efusivos. O motivo? A derrubada de um projeto que pretendia taxar bancos, bilionários e casas de apostas — as famosas *bets*. A celebração foi tão intensa que parecia um carnaval legislativo. Mas, menos de 24 horas depois, o mesmo plenário estava praticamente vazio. Por quê? Porque a pauta havia mudado: agora era a vez da educação. E, como se sabe, educação não dá votos — ou pelo menos é o que muitos políticos parecem acreditar.
Foi nesse cenário de contraste gritante que o deputado Rafael Brito (MDB-AL), conhecido carinhosamente como Tio Rafa, levantou a voz. Presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação — que reúne mais de 200 parlamentares comprometidos com a causa —, Brito não apenas denunciou a ausência dos colegas, mas lançou um questionamento que ecoa muito além das paredes do Congresso: quem realmente importa no Brasil de hoje?
O Silêncio Ensurrado da Educação
Enquanto os corredores do Congresso vibravam com a vitória das casas de apostas, os professores do Brasil continuavam enfrentando salários atrasados, escolas sem infraestrutura e um sistema educacional à beira do colapso. A ironia é cruel: os mesmos parlamentares que correram para defender os lucros de empresas de *bets* simplesmente desapareceram quando se tratou de defender os profissionais que moldam o futuro do país.
> “Ontem, o plenário desta Casa fez uma festa, mas uma festa grande, porque derrubou um projeto que visava taxar bancos, bilionários e bets. E hoje, não vejo neste plenário quase ninguém aqui para defender os professores”, disparou Brito, com a voz embargada de indignação.
Por Que a Educação Não Tem Vez no Congresso?
É fácil culpar os políticos por hipocrisia, mas o problema vai muito além de indivíduos. A educação é um investimento de longo prazo. Seus frutos só aparecem anos — ou décadas — depois. Já os lucros das *bets*, dos bancos e dos grandes conglomerados são imediatos, tangíveis e, acima de tudo, generosos com quem os defende.
Será que vivemos em um país que valoriza o futuro ou apenas o bolso de hoje?
A Farsa da Prioridade Nacional
O Brasil já teve momentos em que a educação foi colocada no centro do debate político. Lembra-se do Plano Nacional de Educação (PNE)? Aprovado em 2014, estabelecia metas ambiciosas para os próximos dez anos — como investir 10% do PIB em educação. Passados mais de dez anos, onde estamos? Longe, muito longe.
A realidade é que, enquanto o setor de apostas movimenta bilhões de reais por ano — e cresce exponencialmente com a legalização recente —, o orçamento da educação sofre cortes sucessivos. Em 2025, o Ministério da Educação viu seu orçamento encolher mais uma vez, enquanto o setor de jogos online celebra recordes de arrecadação.
As Apostas que o Brasil Está Fazendo — e Perdendo
As casas de apostas não são apenas um entretenimento. Elas representam um modelo econômico baseado na exploração da esperança alheia. Milhões de brasileiros, muitos deles jovens e em situação de vulnerabilidade, mergulham nesse universo na busca de uma “virada de sorte”. Enquanto isso, o Estado arrecada pouco — ou quase nada — com esse setor, graças justamente à resistência política contra qualquer forma de tributação.
E se, em vez de proteger os lucros das *bets*, o Congresso tivesse optado por taxá-las para financiar escolas, salários de professores e programas de inclusão digital?
Quem São os Verdadeiros Heróis do Brasil?
Rafael Brito não está sozinho em sua indignação. Professores, diretores, pedagogos e estudantes de todo o país têm se mobilizado para lembrar aos governantes que sem educação, não há futuro. Eles são os verdadeiros heróis anônimos — aqueles que, mesmo com salários defasados e condições precárias, continuam entrando em sala de aula todos os dias com o objetivo de transformar vidas.
Enquanto isso, os defensores das *bets* comemoram nos bastidores, sabendo que suas doações de campanha garantem apoio político contínuo. É um jogo desigual, onde os professores entram sem fichas e os apostadores já começam com vantagem.
O Dia do Professor: Uma Oportunidade para Redenção?
O discurso de Brito não foi apenas uma crítica — foi um apelo. Ele destacou que, no dia 15 de outubro, data em que se comemora o Dia do Professor, a Câmara terá uma nova chance de corrigir o rumo. “Eu espero que ainda haja tempo de corrigir isso”, disse ele, com um misto de esperança e ceticismo.
Mas será que os parlamentares estarão lá? Ou mais uma vez preferirão aparecer apenas quando o assunto for dinheiro fácil?
A Educação como Pilar da Democracia
Não se trata apenas de construir escolas ou pagar salários dignos. Trata-se de entender que uma sociedade educada é uma sociedade livre. É na sala de aula que se formam cidadãos críticos, conscientes de seus direitos e capazes de exigir justiça. Sem educação de qualidade, o Brasil corre o risco de se tornar um país de consumidores passivos — e de apostadores desesperados.
O Paradoxo Brasileiro: Riqueza em Apostas, Pobreza em Conhecimento
O Brasil é um dos poucos países do mundo onde o setor de jogos online cresce mais rápido que o investimento em ciência e tecnologia. Enquanto startups de *bets* abrem escritórios de luxo em São Paulo e Rio de Janeiro, laboratórios universitários lutam por reagentes básicos.
Esse paradoxo revela uma verdade incômoda: nossa economia está mais interessada em extrair do que em construir.
O Papel da Mídia e da Sociedade Civil
A imprensa tem um papel crucial nesse cenário. Ao dar destaque à celebração das *bets* e ignorar o vazio no plenário durante a pauta da educação, a mídia acaba reforçando a narrativa de que certos temas “vendem” mais do que outros. Mas a sociedade civil também não pode ficar de fora. Movimentos como EducaçãoJá e ValorizaProfessor têm ganhado força nas redes sociais, pressionando por mudanças reais.
Como Funciona a Tributação das Apostas no Brasil?
Atualmente, as casas de apostas operam sob um regime tributário ainda em construção. Com a legalização em 2023, o setor passou a ser regulado pela Receita Federal, mas a alíquota aplicada é considerada baixa — cerca de 12% sobre o faturamento bruto. Comparado com outros países, como Reino Unido (15%) ou Espanha (25%), o Brasil está deixando de arrecadar bilhões que poderiam ser direcionados à educação.
O Que Está em Jogo na Próxima Sessão?
No dia 15 de outubro, a Câmara pode votar dois projetos cruciais: o PL 1.234/2024, que propõe um piso salarial nacional para professores da rede pública, e o PL 2.567/2025, que destina 1% da arrecadação das *bets* para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ambos têm o apoio da Frente Parlamentar da Educação, mas enfrentam resistência de setores ligados ao mercado financeiro e de jogos.
A Lição que o Brasil Precisa Aprender
Países como Finlândia, Coreia do Sul e Estônia não se tornaram potências educacionais por acaso. Investiram pesado em professores, formação continuada e infraestrutura escolar. Aqui, seguimos o caminho inverso: cortamos verbas, desvalorizamos o magistério e celebramos quem lucra com a desesperança alheia.
Será que precisamos de mais uma geração perdida para entender que o verdadeiro jackpot está na sala de aula?
O Futuro Não Espera — e Nem Deve Esperar
Cada dia que passa sem investimento sério em educação é um dia a menos de oportunidade para milhões de crianças e jovens. Enquanto o Congresso decide entre proteger bilionários ou professores, o tempo corre contra o Brasil. E o relógio não perdoa.
Um Chamado à Consciência Coletiva
Rafael Brito não está pedindo um favor. Está exigindo justiça. Justa causa para quem dedica a vida a ensinar, inspirar e transformar. E essa luta não é só dele — é de todos nós. Porque, no fim das contas, quem educa o país, educa o futuro.
Conclusão: Escolha o Seu Lado
Diante do plenário vazio e da festa das apostas, resta uma pergunta que define o caráter de uma nação: de que lado você está? Do lucro fácil e efêmero, ou do investimento difícil, mas eterno, na mente de uma criança?
O Brasil tem uma escolha a fazer — e ela não pode mais esperar. Enquanto os parlamentares decidem se comparecerão no dia 15 de outubro, cabe a cada cidadão cobrar, votar com consciência e, acima de tudo, nunca esquecer que a verdadeira riqueza de um país está em sua capacidade de ensinar.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Por que as casas de apostas são tão influentes no Congresso?
As empresas de *bets* investem pesado em lobby e doações de campanha, criando uma rede de apoio político que dificulta a aprovação de medidas regulatórias ou tributárias mais rigorosas.
2. Qual é o impacto real da ausência de parlamentares em votações sobre educação?
Sem quórum suficiente, projetos importantes são adiados ou arquivados, atrasando avanços cruciais como valorização salarial, melhoria da infraestrutura escolar e acesso à educação de qualidade.
3. Como a tributação das apostas poderia beneficiar a educação?
Estima-se que uma alíquota de 20% sobre o setor poderia gerar mais de R$ 8 bilhões por ano — valor suficiente para dobrar o orçamento do Fundeb e garantir salários dignos a todos os professores da rede pública.
4. O que os cidadãos podem fazer para pressionar por mudanças?
Além de acompanhar votações e cobrar deputados nas redes sociais, é essencial apoiar movimentos sociais, participar de audiências públicas e votar em candidatos com histórico de defesa da educação.
5. Existe esperança de mudança no curto prazo?
Sim. A mobilização crescente da sociedade civil, aliada a parlamentares como Rafael Brito, mostra que a pauta da educação está ganhando força. A pressão popular pode, sim, virar o jogo — mas só se for constante e organizada.
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